Profissionais atuam em diversos espaços da festa para assegurar acessibilidade à comunidade surda

A acessibilidade tem ganhado destaque no Arraiá do Povo 2025, e um dos pilares desse avanço é o trabalho dos intérpretes de Libras (Língua Brasileira de Sinais). Presentes no Teatro e no Barracão da Vila do Forró, no Palco Principal e no Camarote da Acessibilidade, os profissionais garantem que pessoas surdas tenham acesso à programação artística e cultural da festa de forma plena.
A iniciativa é uma ação do Governo de Sergipe por meio da Secretaria de Estado da Assistência Social, Inclusão e Cidadania (Seasic), em parceria com a Central de Libras e o Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese).
A secretária da Assistência Social, Inclusão e Cidadania, Érica Mitidieri, reforça que o compromisso da gestão é com uma festa realmente acessível. “A presença de intérpretes no Arraiá do Povo mostra que a inclusão não é apenas discurso, é prática. O Governo de Sergipe, por meio da Seasic, está comprometido com uma festa acessível, onde todas as pessoas, com ou sem deficiência, possam vivenciar a cultura popular com igualdade”, pontua.
A diretora institucional do Ipaese, Deise Xavier, destaca que a presença dos intérpretes é um avanço real na construção de um ambiente mais inclusivo. Segundo ela, a acessibilidade está sendo garantida em diferentes pontos da festa. “Para nós, é uma alegria ver a inclusão e a acessibilidade sendo ampliadas pelo Governo de Sergipe. Que essa iniciativa sirva de exemplo para os municípios e para todo o estado. Tem intérprete todos os dias no palco, nos camarotes, no barracão. É o olhar inclusivo da Seasic e do Governo de Sergipe”, celebra.
Intérprete da Central de Libras, Micaela Barreto atua no Teatro e no Camarote da Acessibilidade e relata que a resposta do público surdo tem sido muito positiva. “Está sendo especial. A gente vê realmente a participação da comunidade surda, que é o mais importante. É para isso que a gente está aqui: para que eles se sintam à vontade, ocupem todos os espaços, tanto na vila quanto no palco. Ano passado já estive aqui, e este ano continuo, agora, também, no Camarote da Acessibilidade”, enfatiza.
Edcarlos Santos está em seu primeiro Arraiá do Povo como intérprete e descreve a experiência como uma oportunidade única de crescimento pessoal e profissional. “É uma honra estar num evento desse porte. Para nós, intérpretes de Libras na área artística, o desafio é maior. Além da tradução da letra, a gente precisa interpretar com teatralidade, com ritmo, com dança. Fizemos oficinas antes, nos preparamos para esse momento. É um marco para Aracaju e para a nossa categoria”, destaca.
Áquila Barbosa, que também integra a equipe da Central de Libras, enfatiza o impacto da presença de intérpretes na recepção do público com deficiência auditiva. “Quando a pessoa surda chega, ela precisa de informações básicas para estar no local com segurança e conforto. Foi essencial que tivéssemos esse apoio no Camarote da Acessibilidade. Sem intérprete, essas informações não chegariam a quem precisa”, ressalta.
No Camarote da Acessibilidade, a presença dos intérpretes fez toda a diferença para Maria José, pessoa com deficiência e autista, que participou do evento. “Acho muito importante ter intérprete de Libras, principalmente para mim que sou surda. Dá sensibilidade para as pessoas. Estou muito feliz, me senti mais tranquila, mais segura para dançar, me divertir e aproveitar melhor. Com o intérprete, tudo fica mais fácil”, afirma.
Fotos: Jhonny Oliveira