SEIAS e Instituto Cigano do Brasil debatem ações para os povos ciganos de Sergipe

Diretoria de Inclusão e Direitos Humanos fará busca ativa para identificar necessidades dessas comunidades

Ações voltadas aos povos ciganos em Sergipe foram tema de reunião virtual realizada entre a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (SEIAS), o Instituto Cigano do Brasil – ICB e representantes das comunidades ciganas no estado. Durante a conversa, o ICB apresentou relatório sobre caso que aconteceu em Umbaúba, município do Sul Sergipano, envolvendo o conflito entre ciganos e policiais civis, em dezembro de 2020, além de dialogar sobre a políticas públicas da área da Assistência Social que possam ser implementadas nas comunidades ciganas do estado.

A reunião foi solicitada pelo ICB, através de ofício, através do qual o instituto solicitou a elucidação do crime e o direito à defesa para as famílias Ciganas. O caso está sendo apurado pela Secretaria de Segurança Pública. “Na reunião, apresentamos o relatório que fizemos sobre o caso que aconteceu em Umbaúba e também buscamos políticas públicas para as comunidades ciganas de Sergipe. Queremos parabenizar os técnicos, pois tivemos uma reunião muito proveitosa. Estamos vendo que o Governo, através da Secretaria de Assistência Social, está tendo um olhar para nós. Com essa conversa, acredito que as coisas vão avançar muito mais”, disse o presidente do Instituto Cigano do Brasil – ICB, Rogério Ribeiro.

A referência técnica para Povos e Comunidades Tradicionais e População Negra da SEIAS, Iyá Sônia Oliveira, ressaltou que o primeiro passo após a reunião será dialogar diretamente com as famílias ciganas no Estado. “No município de Umbaúba, onde ocorreu esse conflito, nós temos um número expressivo da família cigana Calon. Com esse encontro virtual, ficou acertado que iremos até lá para uma conversa presencial com as famílias e uma busca ativa, para fazermos um pré-levantamento das dificuldades da comunidade. Durante a conversa, esclarecemos também que, para que as políticas públicas possam chegar a tais comunidades, essas pessoas precisam emitir a carteira de identidade, registrar seus filhos e serem cadastrados no Cadastro Único”, explicou Sônia.

De acordo com cigano Rogério Ribeiro, 60% do povo cigano Calon é analfabeto. “Sabemos que temos um déficit grande de ciganos não registrados. Temos que fazer um trabalho forte nesse sentido. Mas, agora, com essa parceria entre o ICB e o Governo de Sergipe, através da SEIAS, acredito que esse trabalho será fortalecido. O ICB tem alguns projetos, que implantamos no estado do Ceará e levaremos para Sergipe, como a “Tenda do Saber”, para dar oportunidades de estudo e conhecimento, além de outros projetos para as ciganas empreendedoras artesãs e ciganos artistas. O Governo já sinalizou o apoio às nossas ações. Então, saímos muito otimistas da reunião e gratos pelo Estado ter atendido ao nosso pedido de interação através do ofício que enviamos”, contou o cigano Rogério.

Entre as representações ciganas que também participaram da reunião, estavam o coordenador estadual do ICB/ SE, cigano José Willamis; o cigano Alisson e Dona Valda, da coordenação de Arauá/SE; a diretora de Inclusão e Direitos Humanos (DIDH) da SEIAS, Ana Márcia Menezes; a coordenadora de Conselhos da DIDH, Elayne Passos; e o Assessor de Tecnologia da Informação (TI) da SEIAS, Breno Carmo.

Última atualização: 15 de março de 2021 09:56.

Pular para o conteúdo