Nos últimos 30 dias, o Restaurante Popular Padre Pedro, que oferece à população socialmente vulnerável refeições nutricionalmente balanceadas pelo valor simbólico de um real, identificou uma ampliação da demanda por atendimento. Mantido pelo governo do Estado, através da secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social, na Av. Dr. Carlos Firpo, o restaurante passou a atingir o teto de 2.250 refeições por dia – 400 a mais do que a média histórica do contrato anterior.
O nutricionista Hélio Rocha explica que a demanda está sendo por cerca de 200 refeições a mais no almoço e 200 a mais no jantar. “Outra novidade é que já colocamos em contrato que 30% dos produtos servidos no almoço e no jantar pela empresa que fornece para o Padre Pedro devem ser comprados da agricultura familiar. A empresa está contactando fornecedores e, quando entrar em vigor, será mais um avanço para fomentar novos canais de escoamento da produção e, em consequência, potencializar a geração de renda pela família do pequeno produtor rural”, disse Hélio, que é integrante da equipe de Segurança Alimentar e Nutricional da Seit.
O aumento identificado na demanda deve-se à mudança do fornecedor, que vem sendo aprovada pela equipe que trabalha no local e pelos usuários, que notaram a diferença no serviço. O senhor Jailton Mota frequenta o restaurante desde sua inauguração. “Eu já gostava da comida daqui, mas de um mês para cá achei melhor ainda. O pessoal todo está comentando. Agora, eu fico tão satisfeito com o almoço, que raramente sinto fome no jantar. Melhor que esse restaurante, só dois desse”, brinca. Ele também destaca a importância do Padre Pedro na sua rotina diária. “Não sei o que seria da minha vida sem o restaurante. A economia que a gente faz é muito grande. A gente vê aqui desde o trabalhador até o pessoal que mora na rua – todo mundo bem alimentado. Tem suco, sobremesa, tudo limpo e muito organizado. Uma bênção na nossa vida”, completa seu Jailton.
A coordenadora do departamento de Segurança Alimentar da Seit, Tatiana Canuto, explica que o restaurante mantém profissionais especializados no local, trabalhando para que tudo esteja higienicamente adequado e nutricionalmente balanceado, e realizando testes de aceitação e conformidade de maneira periódica. “A segurança alimentar e nutricional é um direito de todos, garantido em lei. Aqui a oferta é de uma alimentação de qualidade, num local estrategicamente pensado, de fácil acesso. Basta conversar com alguns dos usuários para saber a importância do restaurante nas suas vidas”, pontua.
Atualmente, o Padre Pedro disponibiliza até 1.500 refeições no almoço e 750 no jantar, por apenas um real cada. O valor é subsidiado pelo governo do Estado, segundo conta a secretária da Inclusão e Assistência Social, Lêda Couto. “É um equipamento de grande importância para a população vulnerável que reside na capital ou que vem do interior em busca de algum serviço ao qual precisa ter acesso. O Estado custeia a maior parte da refeição, como uma forma de prestar assistência, viabilizando o acesso às refeições pelas milhares de pessoas que passam por lá todos os dias. Não existe necessidade mais básica para o ser humano do que a alimentação”, ressalta Lêda.
O restaurante popular fornece, ainda, 250 refeições completamente gratuitas para os usuários da Casa de Passagem e, em parceria com a Prefeitura de Aracaju, para os usuários do Centro Pop [que atende à população em situação de rua] e da Casa de Apoio Bom Samaritano [que oferece assistência a pessoas em situação de vulnerabilidade social que vivem com HIV/Aids]. O almoço é servido todos os dias de 11h às 13h; e o jantar começa a ser servido às 17h, seguindo até as 19h. Um alento para os milhares de frequentadores que utilizam o serviço. Enilson José trabalha nas proximidades do restaurante e almoça lá há nada menos que 15 anos. “Tudo aqui é nota dez. A comida é saborosa, tanto no almoço como no jantar. Sem falar na economia, porque com dez reais eu almoço e janto a semana inteira. Nunca vi isso em lugar nenhum”, aponta o usuário.