Operadores de medidas socioeducativas em meio aberto participam de capacitação até 2021

Fruto de parceria entre SEIAS e Escola do Sinase, curso debate realidade da juventude em SE e orienta equipes dos CREAS nos municípios

Aconteceu nesta terça-feira (22), a aula inaugural da capacitação para técnicos do Sistema Único de Assistência Social (Suas) que executam medidas socioeducativas em meio aberto para adolescentes em Sergipe. A capacitação terá cinco encontros e continua nas próximas terças-feiras, quando serão debatidas questões sobre adolescência e juventude, medidas socioeducativas em meio aberto e fechado, Projeto Político Pedagógico (PPP), apresentação da cartilha e agenda do adolescente, e modelos de Plano Individual de Atendimento (PIA). Ministrada pelo núcleo estadual da Escola do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), a capacitação alcança os operadores do sistema socioeducativo dos municípios sergipanos através da articulação da Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).

A assistente social e coordenadora do núcleo estadual da Escola do Sinase, Vanessa Oliveira Horácio, conta que esta é a segunda turma do curso de capacitação. A primeira turma aconteceu em agosto e, ao total, se inscreveram 145 profissionais de todo o Estado, divididos em quatro turmas, que serão capacitadas até 2021. “São profissionais de diversos municípios, como Aracaju, Barra dos Coqueiros, Lagarto, Cumbe, Umbaúba, Aquidabã, Arauá, São Cristóvão, Glória, São Domingos, Japaratuba, Divina Pastora, Canindé, Maruim, Itabaiana, Laranjeiras.. etc. A maior intenção da capacitação é dialogar e traçar o fluxo de atendimento para técnicos que estão chegando no sistema ou pra quem já está no serviço há tempos, de forma a ressignificar a nossa prática e agregar mais conhecimentos. Serão momentos de interlocução para entender a realidade dos jovens que cometem atos infracionais e saber como está a execução do serviço no dia a dia de trabalho dos municípios”, explicou Vanessa.

A Secretaria de Inclusão entra como importante parceira da capacitação. Enquanto coordenação estadual de gestão do SUAS em Sergipe, mantém articulação constante com municípios sergipanos para acompanhamento dos jovens e adolescentes que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto, como conta a referência técnica da Seias, Mariroze Vilanova. “Essa ação materializa a interface que existe entre o Sistema Único de Assistência Social (Suas) e o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase). Estes dois sistemas devem estar relacionados e se comunicando o tempo todo para a execução das medidas em meio aberto, realizadas no âmbito da Proteção Social Especial (PSE) de Média Complexidade, através do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de Serviços à Comunidade (PSC). Não executamos as medidas somente através do Suas, precisamos essencialmente do Sinase, que dá os parâmetros para a execução das medidas socioeducativas. Os sistemas são interdependentes”, pontua a referência estadual Mariroze.

Este momento é um marco para o sistema socioeducativo de Sergipe, por integrar operadores de medidas em meio aberto (através do Suas) e em meio fechado (através do Sinase), afirma o agente de segurança da Fundação Renascer, Eudes de Oliveira Bomfim, que integra a equipe da Escola do Sinase. “Ficamos muito contentes por poder tocar cada um dos operadores e possibilitar novos caminhos e perspectivas. Acreditamos que essas capacitações possibilitam, ao sistema socioeducativo, a interligação entre as duas formas de medidas socioeducativas (meio aberto e fechado) e entender o contexto dos adolescentes. Discutiremos, em conjunto, as dificuldades, tendências e perspectivas para a construção de um Projeto Político-Pedagógico (PPP) que possa servir de norte para a execução das medidas nos municípios”, descreve o operador da Fundação Renascer.

As medidas socioeducativas em meio aberto são executadas nos municípios, através dos 71 Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS), que promovem atenção socioassistencial e acompanhamento a adolescentes e jovens. A assistente social de Canindé de São Francisco, Maria José Correia, foi uma das profissionais que participaram da aula inaugural, e destacou que o curso é importante para fomentar o trabalho em rede. “Executamos um trabalho desafiador e precisamos quebrar alguns paradigmas e visões da sociedade com relação ao trabalho da socioeducação. Aqui em Canindé, por exemplo, tivemos uma dificuldade imensa em relação aos espaços para os quais pudéssemos encaminhar os adolescentes para cumprir as medidas em meio aberto. Fizemos um mapeamento das instituições para apresentar o Sinase e o nosso objetivo. E, hoje, temos uma gama de instituições parceiras que recebem esses adolescentes e ajudam na formação da nossa juventude. É um trabalho em que precisamos estar sempre nos atualizando e trabalhando em rede”, destacou a assistente social de Canindé.

Última atualização: 23 de setembro de 2020 14:20.

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