Publicado em 19 de setembro de 2020 às 14:51.

Live destaca a importância do ‘falar’ na prevenção e desmistificação do suicídio


Encontro virtual foi realizado pela Secretaria de Estado da Inclusão e contou com a participação de psicóloga e psiquiatra

Suicídio é um tema delicado e ainda permeado por diversos tabus na sociedade. Para desmistificar o assunto e difundir informações sobre sintomas, causas e prevenção, a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias) realizou uma LIVE nesta sexta-feira (18), com a psicóloga e doutora em psicologia social Fernanda Hermínia, e o médico psiquiatra, psicoterapeuta e presidente da Associação Sergipana de Psiquiatria (ASP) Antônio Aragão. Com transmissão ao vivo pelo YouTube SEIAS SE, o encontro foi acompanhado por 165 espectadores e abordou o tema “Relações Familiares no Setembro Amarelo: como prevenir e conscientizar”, ressaltando a importância do ‘falar’ para a resolução de conflitos psíquicos e emocionais.

Com a mediação da doutora em Antropologia e coordenadora de conselhos e comissões da diretoria de Inclusão e Direitos Humanos (DIDH) da Seias, de Elayne Passos, o encontro faz parte da campanha do Setembro Amarelo – Mês de Prevenção ao Suicídio, e ressaltou a relevância do tema em tempos de pandemia. “É um tema árido, mas muito caro, principalmente neste período de pandemia e de isolamento social, em que as pessoas estão passando por um processo de adoecimento cada vez mais sério. A Secretaria de Estado da Inclusão tem esse compromisso de informar e acolher. Então, nos somamos à campanha do Setembro Amarelo, trazendo estes especialistas para esclarecer o assunto e ajudar as pessoas sobre os processos cotidianos”, ressaltou a mediadora Elayne.

O psiquiatra e psicoterapeuta Antônio Aragão abordou os sinais e sintomas que as pessoas podem apresentar. “Como a gente pode identificar riscos de suicídio? Em adolescentes, muitas vezes, comportamentos como rebeldia, automutilação, depressão, tristeza, choro, desânimo e notas ruins na escola podem ser sintomas de adoecimento psíquico. Para o adulto, a perda do prazer no trabalho, do contato com amigos e vínculos e, muitas vezes, algum acontecimento traumático, como término de relacionamento ou perda de um ente querido. E, como levar a pessoa a um psicólogo ou psiquiatra? Através de um convite: ‘Vamos juntos buscar uma pessoa para conversar?’. É muito importante quebrar os preconceitos que criamos sobre os comportamentos, e fazer o acolhimento”, ressaltou Antônio Aragão, que é também presidente da Associação Sergipana de Psiquiatria (ASP).

O ‘falar’ é a chave para lidar com os problemas, defende a psicóloga e doutora em psicologia social Fernanda Hermínia. “Um dos sensos comuns em nossa sociedade é que não devemos falar sobre assuntos considerados espinhosos ou difíceis, como aborto, divórcio, traição e suicídio. A ideia de que falar sobre temas difíceis os piora ou os incentiva não tem valor científico. Pelo contrário, falar é um dos maiores instrumentos que temos nos saberes psíquicos. O que não é dito fica acumulado e gera adoecimentos invisíveis. Precisamos desenvolver o diálogo e acolher. Vale destacar, também, que qualquer pessoa pode fazer uma consulta para conversar e ter uma orientação psicológica, sem ser necessariamente uma terapia ou um tratamento. Nosso trabalho é tentar ajudar as pessoas a se sentirem melhor dentro de si mesmas e ficarem bem, apesar das adversidades da vida”, explicou Fernanda.

A íntegra do debate pode ser conferida no Youtube SEIAS SE (clique aqui). Essa foi a primeira das LIVEs programadas pela Diretoria de Inclusão e Direitos Humanos da SEIAS, para abordar a prevenção ao suicídio. A segunda acontecerá no dia 29 deste mês, e tratará sobre a juventude nas redes sociais e seu impacto no adoecimento mental. Mais informações serão divulgadas através das redes sociais da SEIAS: instagram.com/inclusaose, facebook.com/inclusaose e twitter.com/inclusaose.