Cooperativas de agricultura familiar somam esforços com Governo para o desenvolvimento do setor
Representantes de 28 cooperativas de agricultores familiares e oito do setor de transportes estiveram na secretaria de Estado da Inclusão Social (Seit) na última semana, para apresentar demandas relacionadas ao desenvolvimento sustentável do segmento econômico de produção de bens e serviços de base familiar agrícola e não agrícola, de caráter solidário e associativo. Recebido pela secretária Lêda Couto e pela representante da vice-Governadoria, Eloísa Galdino, o grupo apresentou um panorama do setor em Sergipe, especificando as áreas sobre as quais incidem políticas públicas específicas e defendendo a ideia de integração entre elas.
Durante a apresentação, o grupo pontuou alguns gargalos enfrentados pelas cadeias produtivas e se propôs à somação de esforços com o Governo, defendendo o entendimento da Inclusão como elemento estratégico de desenvolvimento econômico e social. Para isso, os cooperados se colocaram à disposição para participar de maneira efetiva de discussões e da elaboração de estratégias de ação, através da criação de uma instância de planejamento e gestão para operacionalizar de forma articulada os programas e projetos que incidem diretamente sobre o segmento. “Apresentamos á secretária Lêda aquilo que a nossa agricultura familiar precisa, para melhorar ainda mais. Queremos nos somar à Seit, para ajudar o homem do campo e fazer com que a engrenagem agrícola sobreviva”, disse Joelito Costa, coordenador da Central de Cooperativas da Agricultura Familiar (Centrafes), em Moita Bonita.
Para isso, o grupo defende uma proposta com base na intercooperação. “A gente busca o desenvolvimento cooperando com outras pessoas, para que elas também se desenvolvam. Assim conseguimos desenvolver todo um território através de atividades diferentes, fazendo com que esse desenvolvimento se torne sustentável”, explicou Joelito. Dentro dessa ideia, o grupo busca o reconhecimento institucional da Unicafes – União das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária como representante legal do segmento cooperativado da produção; e do Circuito Integrado de Cooperação e Economia Solidária enquanto rede de articulação que reúne mais de 100 entidades – incluindo associações e empreendimentos solidários.
A secretária Lêda Couto ouviu atentamente a apresentação feita pelo grupo e reafirmou o compromisso com o diálogo permanente, visando à participação dos diretamente beneficiados na elaboração das políticas públicas. “Vocês não são capazes de mensurar o tamanho da minha alegria em ouvir de vocês essas demandas, de forma tão organizada. Desde a terra, até os produtos, o plantio, formas de comercialização, agroindustrialização, transporte e escoamento, abertura de mercados. É muito bom ver o processo produtivo todo assim, numa visão panorâmica”, disse a gestora aos produtores.
De acordo com ela, para que o desenvolvimento aconteça, é necessário que o setor produtivo esteja articulado. “Acreditamos que, para fazer inclusão social pelo direito ou pela renda, temos que fazer o casamento entre o setor produtivo e a necessidade; e trabalhar em cima da capacitação constante, pensando sob uma perspectiva regional, porque cada região tem suas especificidades. Por este contato inicial, já posso ver que esse alinhamento será muito fluido, porque concordamos em muitos aspectos, sobretudo o da importância da atuação em redes. A vice-governadora Eliane Aquino está muito atenta à necessidade de concatenar as ações para que se complementem”, afirmou Lêda.
Para Eloisa Galdino, a apresentação feita pelo grupo demonstra um nível de organização e uma visão estratégica do processo produtivo das comunidades que atuam com a agricultura familiar. “Isso é muito importante porque permite maior interação do governo estadual com essas entidades. Aqui tivemos a oportunidade de ratificar o compromisso do governador Belivaldo e de Eliane com esse segmento, acolhendo a pauta que nos foi apresentada e dando encaminhamento a ela a partir da vontade política de fortalecer a economia solidária e a produção agroecológica em Sergipe”, afirmou.
Também na avaliação de Joelito, o encontro abriu as portas para a construção de uma política estadual de desenvolvimento integrado e sustentável, que leve garantia de renda e emprego para o produtor rural. “Pudemos sentir que houve sensibilidade em receber as nossas propostas. Elas demonstraram que pensam como a gente, que o desenvolvimento só é completo se for sustentável, e que a gente só consegue resolver os problemas da sociedade a partir de um trabalho conjunto; elaborado não por uma cabeça, mas por um grupo que pensa no desenvolvimento social do estado. A reunião foi tão produtiva, tão boa, que a gente saiu maravilhado. E eu sei que ela vai dar bons frutos”, concluiu o coordenador da Centrafes.