Conselhos de Direitos, Fórum de Mulheres e coordenadorias municipais debatem ações para mulheres em Sergipe
Adiamento das conferências e luta pela sobrevivência das mulheres estiveram em pauta na reunião, que contou com presença de representante nacional

O Conselho Estadual de Direitos da Mulher (CEDM/SE) realizou, na última quinta-feira (25), o I Encontro do Fórum de Conselhos de Direitos da Mulher em Sergipe. Através de videoconferência, o encontro debateu realidades vivenciadas por mulheres durante a pandemia em Sergipe e o adiamento da 5º Conferência Nacional de Políticas para Mulheres assim como também das conferências territoriais, em razão da crise sanitária. A reunião contou com a presença virtual de representantes de Conselhos Municipais de Direitos da Mulher, Coordenadorias Municipais de Mulheres, Fórum de Mulheres de Sergipe e ainda a participação da conselheira Nacional dos Direitos da Mulher, Vanja Andrea, que também faz parte do Conselho Nacional de Saúde.

A presidenta do CEDM/SE, Erika Leite, contextualizou como a pandemia afetou a realização das conferências municipais, territoriais e estaduais, que sempre precedem a nacional. “As conferências nos municípios estavam previstas para acontecer no decorrer de 2020, e chegamos a realizar quatro. Porém, o decreto estadual de medidas contra a pandemia foi determinado em março e, então, tivemos que focar em ações emergenciais para a sobrevivência das mulheres. Com este Fórum, saímos com a resolução da impossibilidade de realização da conferência em nosso estado durante a pandemia. Mas saímos também com o compromisso de encaminharmos ações municipais e estaduais para implementação das leis afirmativas, e pressionarmos o Governo Federal pela celeridade da vacinação e auxílio emergencial de R$ 600”, pontuou Erika Leite.

A conselheira Nacional dos Direitos da Mulher, Vanja Andrea, ressaltou as razões do adiamento da 5º Conferência Nacional de Políticas para Mulheres. “Até que diminuam os perigos da pandemia, o adiamento da conferência nacional permanece por tempo indeterminado. Essa é a resolução do Conselho Nacional e acontece a partir das preocupações sanitárias, no sentido do distanciamento social e necessidade da vacina. Nosso papel hoje é de resistência e de luta pela vida das mulheres. Parabenizo a todas por estarem fazendo o 1º Encontro do Fórum de Conselhos das Mulheres de Sergipe. É um momento de esperança quando tantas mulheres se unem para debater ações. Tenho certeza que essas ações vão ajudar muito as mulheres dos municípios sergipanos”, disse Vanja, que também é conselheira nacional de Saúde.

A professora Sônia Meire integra o Fórum de Mulheres de Sergipe e destacou a união do movimento com os conselhos de Direitos da Mulher. “O Fórum vem sendo construído com muita luta. É um movimento social que se estrutura a partir de 40 organizações, entre partidos políticos, sindicatos, coletivos, movimentos sociais que lutam por moradia, combate à fome, além de mulheres convocadas que participam do Fórum pois sentem que é um espaço de representação importante. Agradecemos pelo convite para participar deste espaço e vamos levar esse debate para o Fórum. Contem sempre conosco para a luta em defesa das mulheres. Ela é de todas nós”, afirmou Sônia Meire.

Única mulher trans presente no Encontro, Adriana Lohanna é também integrante do Fórum de Mulheres de Sergipe e pontuou a importância da inclusão. “Temos a necessidade de ter sororidade com pessoas trans, pois estamos cada vez mais invisibilizadas. Precisamos trabalhar a condição de mulheres junto à sociedade, diante do trans feminicídio com tantas mulheres trans assassinadas. Vivemos numa sociedade que não consegue entender que gênero não é genitália e a política do Governo Federal, além de querer destruir o controle social, quer também destruir os Direitos Humanos. É importante incluirmos todas as mulheres, incluindo as LGBTs”, defendeu Lohanna.

Entre as representantes municipais, a presidenta do Conselho Municipal de Direitos da Mulher de Aracaju, Joelma Dias Silva, ressaltou como a pandemia afetou a interlocução com as mulheres. “Já tínhamos feito toda a programação para a Conferência Municipal de Aracaju, mas a pandemia gerou a preocupação de como faríamos para que as mulheres pudessem participar ativamente das conferências. Sabemos da dificuldade que é reunir o máximo de mulheres, e precisamos disso para entendermos suas realidades e para que as políticas públicas cheguem até elas. É uma batalha muito grande nessa pandemia, com dados que já indicam a intensificação da violência contra a mulher. Que consigamos, juntas, colocarmos em prática ações efetivas para essas mulheres”.