Ato público no Centro de Aracaju marca luta pela defesa da Assistência Social
Trabalhadores, gestores e usuários do SUAS encerraram Conferência Estadual da Assistência em protesto

Um ato público no Centro de Aracaju finalizou a XIII Conferência Estadual da Assistência Social, no final da tarde da última quarta (09). Saindo da Praça General Valadão e percorrendo o Calçadão João Pessoa, a manifestação teve como principais reivindicações a defesa da democracia, o fortalecimento do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e a crítica ao corte no orçamento federal para as políticas de assistência social. Estiveram presentes no ato gestores e usuários dos equipamentos de assistência social de Sergipe, organizações estudantis, movimentos sociais, lideranças sindicais e parlamentares do Estado.

Realizada ao longo da quarta-feira, no Centro Universitário Uninassau, a Conferência Estadual representou um movimento de resistência, segundo a presidente do Conselho Estadual de Assistência Social (CEAS), Kátia Ferreira. “A nossa proposta é justamente de luta, de resistência. A principal dificuldade atual da assistência social é, sem dúvidas, financeira. Mais de 60% do orçamento do Governo Federal foi cortado. Com isso equipamentos são fechados, trabalhadores são demitidos, usuários deixam de ser atendidos e prejudica aqueles que mais precisam. ‘Assistencialismo’ não é direito social. Finalizamos a conferência com o ato público para que a sociedade possa entender o que é o SUAS, e assim possa apoiar esta luta”.

Representando o governador Belivaldo Chagas, a vice-governadora Eliane Aquino enfatizou que a manifestação simbolizou um momento de união com o povo. “O ato foi extremamente importante para socializar a pauta da assistência social, pois ainda tem muita gente que desconhece a importância da assistência. As pessoas tem a noção de Assistência Social como sendo o ‘assistencialismo’. Viemos para as ruas para chamar a atenção da sociedade para esse momento de desmonte que o país está vivendo, e para reivindicar uma política nacional que fortaleça os estados e municípios. Nenhum direito a menos”, defendeu.


Organizações estudantis somaram-se ao ato, a exemplo do Centro Acadêmico Maria Anízia Góis de Araújo (Casmaga), do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Os estudantes Caio Graco e Leandro Santos são membros do centro acadêmico e enfatizaram a importância de se unirem ao ato. “A Assistência Social é uma política de extrema importância para a sociedade, pois é ela quem está no dia a dia das pessoas que sofrem em situação de vulnerabilidade”, afirmou Caio. Seu colega de curso, Leandro, completou: “A participação dos estudantes neste ato é fundamental para entendermos a realidade da Assistência Social em âmbito estadual e nacional. Estamos aqui para defender o que é nosso por direito”.

Para o diretor geral do Sindicato de Assistentes Sociais do Estado de Sergipe, Ygor Machado, o próximo passo será levar as reivindicações e propostas para a Conferência Nacional Democrática da Assistência Social, que acontecerá de 25 a 26 de novembro, em Brasília. “Poucos usuários não tiveram impactos na sua vida pelos cortes na assistência social. Temos a obrigação de refletir que o acompanhamento socioassistencial dos equipamentos – como CRAS, CREAS, Centros POP, Casas Lares – são essenciais para o fortalecimento da sociedade. Nossa missão é árdua e desafiadora, mas estamos unidos. A conferência estadual ficou marcada na história e chegaremos em Brasília fortalecidos com propostas para o Governo Federal”.
O ato público contou também com apresentação musical dos jovens do grupo “Lateiros de Curupira”, do Centro de Referência da Assistência Social (CRAS) do bairro 17 de março, na zona de expansão de Aracaju.
|Fotos: Fernando Augusto